NANINHA
Não tenho nem palavras
Não tenho nada a dizer
Não tenho com que comparar
O seu significado
Diante do que mostrou
No seu lindo viver,
Reconheço o seu valor
Digna do meu respeito
Por ter tolerado a dor
Explodindo o seu peito
Vivendo na sua humildade
Como se fosse nobreza,
Pois nas horas difíceis
Nunca escondeu o sorriso
Que consumia as lágrimas
Tristes do seu olhar
Seguindo a sua estrada
Sem saber aonde chegar,
Pois de passo em passo
E cada pegada no chão
No seu corpo cansado
Na vida de ilusão
Assolada pela batalha
Sem nenhuma compaixão,
João Rodrigues
SAUDADES
Estou farto de saudades
Desde que você se foi
Sei que foi para longe
Viver no mundo do além
Lugar onde só que foi
Deste lugar sem voltar,
A saudade é confiante
Por saber o que se deu
Mas procuro entender
Nos momentos que tivemos
Nos alegres eu prefiro
Pra não me entristecer,
De onde estar se puder
Peço desculpas por tudo
Mesmos nos momentos mudos
Que fiquei a chorar
Quando algo estava errado
Sem eu poder falar,
João Rodrigues
SER POETA
Ser poeta é ser um ser
Que abraça a existência
Que vive sua presença
Em cada momento da vida
Procurando retratar
A esperança perdida,
Ser poeta é ser amigo
Mesmo do inimigo
Demonstrando seu valor
Mostrando que nossa vida
É somente poesia
De um poeta Senhor,
Ser poeta é ser mais um
Do lado de qualquer um
Procurando alegrar
Transformando em poemas
Os pedaços de dilemas
Que vivem a atormentar,
Ser poeta é ser senhor
Parceiro do Criador
Levando ensinamentos
Em cada verso que faz
Trocando guerra por paz
No espaço da razão,
Ser poeta é nada mais
Do que uma luz a brilhar
Na mente de cada ser
Indicando o seu caminho
Que num passo de poesia
Seguimos a vida sim fim,
João Rodrigues
O ALÉM
Um dia eu irei
Com quem não sei
Sei que vou pro além
Não quero nem poder querer
No além não se quer
Nem se vê o que querer,
É diferente daqui
Sem luz ou escuridão
Sem miséria e humilhação
Sem razão
Sem nada mais além
Lá é o além,
Ali ninguém chora ou clama
Não tem mágoa nem drama
Pois é o além
Além de tantas tristezas
Do mundo de incertezas
Do além, além,
Além para mim é verdade
Que se apaga a maldade
Que muda a realidade
Só o além, além
Ele está aqui
Pois vejo alguém sorrir
Para o além,
Sorrisos que não se apagam
Porém só pro além
Pois são sorrisos eternos
Que vão e nunca vêm
Ficam sorrindo, sorrindo
Para o além
Bem além,
João Rodrigues
O BALANÇO
No balanço eu me balanço
Nesta vida a balançar
Vivo no balanço do balaço
Não me canso do balanço
Eu balanço e balanço
Neste balanço, balanço,
Deito com o meu balanço
Levanto d meu balanço
Ando com o meu balanço
Repouso no meu balanço
Se canso com meu balanço
Sento no meu balanço,
Falam do meu balanço
Eu gosto do meu balanço
Desprezam o meu balanço
Adoro o meu balanço
Pois vivo do meu balanço
Assim balanço e balanço,
Querem o meu balanço
Eu de ódio me balanço
Não perco o balanço
Não entrego o balanço
Pois com ele eu balanço
Sem meu balanço balança,
Meu balanço meu amor
O meu amor balança
Que balanço
Amo o meu amor no balanço
No meu balanço meu amor
No meu balanço
Meu amor balança,
João Rodrigues
O FANTASMA
Anda sempre por aí
Interpretando alguém
Sem importar no que dá
Se desgosto ou alegria
Fantasma do sonho da vida
Que nos leva,
Eu para muitos sou você
Coberto de muita razão
Sou como o entardecer
À noite e a escuridão
Sou um coração malvado
Que nos leva,
E quando sinto que sou
Vejo tudo diferente
Uns correm de mim
Com semblante assombrado
São verdadeiros fantasmas
Que me deixam,
De tantos fantasmas
O mundo está diferente
Vejo fantasmas tristes
Alegres e sorridentes
Porém estou feliz
Que me deixam,
Também pudera
Só se vê assombração
Pra cada cara que olho
Haja coração pra agüentar
São verdadeiros fantasmas
Que nos fazem,
João Rodrigues
A ADOLESCENTE
Alegre e contente
Cheia de fantasia
Ela não se cansa de falar
São tantas as suas idéias
Para se realizarem
Até se esquece da vida,
Mais forte do que eu
As vezes perde a razão
Pois eu só penso no nada
Ela é otimista
Corajosa e inteligente
Jogando qualquer partida,
Eu que sou poeta
Que só penso em fantasia
Gosto de adolescente
De uma forma qualquer
Pois poesia é amor
O que pra mim é diferente,
Ela sabe dividir
O amor da poesia
Sabe encontrar a verdade
Porém ao seu entender
Guarda o amor em segredo
Para ninguém saber,
Vai meu abraço a você
Jovem adolescente
De uma coisa pode crer
Sou seu admirador
O que fizer em sua vida
Nunca irei esquecer.
João Rodrigues
ENQUANTO
Enquanto no seu castelo
Ouve o piano tocar
Pelas mãos da atriz
Que te chama de amor
Eu aqui na masmorra
Morrendo de tanta dor,
Enquanto você senhor
Dono de tudo que quer
Coberto de glória e poder
Não se cansa de amar
Eu aqui na masmorra
Não me canso de penar,
Enquanto em suas noites
De festa e alegria
Com seus amigos poderosos
Nos bailes de fantasia
Eu aqui na masmorra
Assombrada e fria,
Enquanto em seus planos
De mostrar o seu poder
Provocando desafios
A quem bem entender
Eu aqui na masmorra
Dia e noite a sofrer,
Enquanto estiver tudo bem
Você sendo vitorioso
Porém se cair no fracasso
Em qualquer um dos dias
Eu estou aqui na masmorra
Pra te fazer companhia.
João Rodrigues
O TEMPO
Antes que passa
Procure saber
Para não perder
A salvação,
Qual é a sua fé
Se é que tem
Pense em quem
Possa te dar,
Pois se perder
A nave santa
A sua banca
Chegará ao fim,
João Rodrigues
O VENTO
Dono do vácuo
Senhor dos montes
Rei do vazio
Invencível,
Dono da força
Senhor da distância
Rei sem clemência
Suave,
Dono do dia
Senhor das noites
Rei dos abismos
Lá nos confins
Brutal.
João Rodrigues
O TOLO
Deixa comigo
Eu sei o que faço
Não tenho medo
Sou o melhor,
Sai da frente
Sou eu quem manda
É minha vez
Sou o melhor,
Espere aí
Quero falar
Ninguém te ouviu
Fica perdido
Foi o melhor,
João Rodrigues
POLÍTICA
Sol que vive entre as nuvens
Sem brilho como alua
Sem sentido no destino
Sem realização,
Estrada curta que chega
Esburacada e perdida
Escola de depravadores
Escória de safadeza,
Meretriz de incompetentes
Matilha de usurpadores
Muralha de incerteza
Matança de inocentes,
Eu quero distância
Levar a minha vida
Até um dia...
João Rodrigues
PALÁCIO
Casa da vergonha
Casulo de esconder
Combinado de maldade,
Ovário de vermes
Oráculo do inferno
Oco da podridão,
Vazio da injustiça
Véu que envolve
Vidas para o mal,
Isto aconteceu
Independente viveu,
Lamentos até o fim...
João Rodrigues.
PRISÃO
Labirinto perdido
Unidade de confino
Grades de um sistema
Agora compreendido
Reservado ao poder,
Desde a sua criação
Está à disposição...
Para servir o doutor
Otário e cheio de pompas
Brutal em suas decisões
Rude senhor de gravata
Estacionado no tempo.
João Rodrigues
NEM
Nem sei nem quero saber
Nem um nem outro
É o que ouvimos dizer
Nem eu nem ele
É sempre assim
Todos vivem do nem,
Nem sei quantos dias foram
Nem prestei atenção
Nem vi a noite passar
Nem tomei decisão
Nem gosto de recordar
Nem controlo minha emoção,
De tantos nem que existem
Nem sei o que sou
Pois nem sei o que seria
Se ao menos não sei o quê
Só sei que não sei o quê
Quem me deixa sem saber,
Nem sei o que respondo
Quando alguém perguntar
Nem sei se vai me ouvir
Nem sabe o que perguntou
Pois em tantos nem da vida
Já sou um nem do viver,
Nem pra cá e nem pra lá
Vamos rolando o nem
Nem quero saber se um dia
Não vá existir mais o nem
Mas enquanto tiver o nem
Vamos viver de nem e nem,
João Rodrigues
O CANDIDATO
Sempre em dúvida ele vai
De porta em porta batendo
A procura de trabalho
A fim de ganhar o pão
O Sustento da família
E a fatia do leão,
Chega a um não lhe serve
Vai pro outro e está fechado
De tanto andar pela rua
Seu sapato está furado
À noite chega em casa
E o aluguel atrasado,
Nem consegue dormir
Descombina com a mulher
Quando vai procurá-la
Pra satisfazer a vontade
Porém não consegue nada
Nesta noite atormentada,
O dia chega cedo
Ele sai a procurar
Como cão em uma selva
Não cansa de farejar
Disposto a acuar
Qualquer caça que achar,
É isto que acontece
Logo encontra alguém
Que vendo o seu estado
Procura aproveitar
Pra sugar o seu sangue
Até quando ele acabar,
João Rodrigues
ANDANDO
Saí andando, andando
Andando pela floresta
Segui um carreiro batido
Passando em malhadores
Fui andando, andando
Não encontrei ninguém,
A mata fechada
Aqui e acolá
Tinha que parar
Cortar ramos com facão
O som ecoava distante
Na imensidão do silêncio
Até me dava medo,
Não percebia nada
A não ser o mormaço
O vento assoprava forte
Chocando árvores nas outras
De vez em quando pássaros
Meus pelos arrepiavam,
No meio do carreiro aparece
Vejo ali rastro de gente
Dois andarilhos
Quero conhecê-los
Sigo em frente
É de pouco tempo
Está perto,
As pegadas somem
Pra onde foram
Fico pensando só pensando
Foram para outro lugar
Quanto a mim, sim
Vivo andando, andando...
João Rodrigues
SEU OLHAR
Seu olhar para mim
É pura verdade
Pois sinto que o amor
Vive em seu olhar
Pois quero sempre ter
Seu olhar em meu amor,
Quando levanto e vejo
Você olhando pra mim
Descubro-me pra viver
O seu intenso carinho
Que com seu olhar
Não estou sozinho,
Na verdade o amor
Está no olhar
Pois só se ama alguém
Após o lindo olhar
Que agrada o coração
No peito a palpitar,
Com meu olhar te vejo
Comovida de paixão
Parece possuída
De desejo e emoção
Tudo pelo olhar
Que nasce do coração,
Assim o amor assim
Nunca para de olhar
Quando saio e quando chego
Esteja sempre me olhando
Pro nosso amor ser feliz
Feliz como o olhar,
João Rodrigues
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