sexta-feira, 28 de abril de 2023

Alguns Poetas João Rodrigues

 ALGUNS POETAS

 

JOÃO RODRIGUES

 

            Marquinho sonhou que estava em um grande castelo, e lá era o castelo da cultura...

            - Castelo da cultura?

            - Sim, aqui se encontra todos os poetas de todos os tempos.

            - E você é um poeta?

            - Sou Casimiro José Marques de Abreu, gosto de falar da saudade.

            - Eu sou Marquinho seu Abreu, nem sei do que gosto.

            - Fiquei à vontade Marquinho, logo você saberá o que lhe é mais interessante.

            - Quem é você?

            - José Martiniano de Alencar.

            - E eu sou Guilherme de Almeida.

            - Nossa! Vocês são muitos!

            - Não fique assustado Marquinho...

            - Jorge Amado! Você! Eu já ouvi falar por muitas vezes de você. Só te vi mesmo na televisão.

            - Olá Andersen, este é Marquinho, um personagem do nosso colega, escritor João Rodrigues.             

            - Um prazer Marquinho.    

- Seu nome é estranho, você é estrangeiro?

            - Não Marquinho, no castelo da cultura não existe nacionalidade - argumentou Mário de Andrade que vinha chegando.

            - Isso mesmo - confirmou Augusto dos Anjos, meio triste.

            - Por que está triste Augusto?

            - Aluisio e Artur Azevedo, como vão indo?

            - Tudo bem, mas fiquei triste por te ver triste.

            - Vamos esquecer a tristeza - argumentou Marquinho perguntando:

            - E você, quem é mesmo você?

            - Álvares de Azevedo.

            - E eu sou Francis Bacon.

            - Já ouvi falar de você, e ele é Roger Bacon?

            - Sim  - afirmou Manoel Bandeira.

            - Rui Barbosa! Que satisfação, gostaria de falar-lhe...

            - Quem é a celebre figura na qual me comprazo.

            - Nossa! Vejo que o homem fala bonito, eu sou Marquinho, personagem do escritor João Rodrigues.

            - Mas não é você o aluno da professora Eme?

            - Sim, você conhece a minha professora?

            - Estive falando com ela há pouco!

            - Obrigado Rui, eu vou procurá-la.

            Marquinho saiu andando pelos salões do grande castelo da cultura e indagando pela sua professora...

            - Com licença, eu estou procurando pela minha professora.

            - Sou Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, e você?

            - Ele é Marquinho - interrompeu Willian Blake.

            - A sua professora está lá dentro - argumentou Robert Burns.

            - Obrigado - argumentou Marquinho correndo.

            - Oi Marquinho, eu sou Luiz Vaz de Camões, está procurando a professora Eme?

            - Deve ser - argumentou Lewis Carroll.

            - Marquinho nem deu atenção ao poeta e continuou...

            - Vicente de Carvalho, você viu a minha professora?           

            - Não Marquinho - respondeu Vicente de Carvalho murmurando:

            Quem será que...    

- Marquinho eu sou Castro Alves o que está procurando?

            - Deve ser a professora dele - argumentou Willian Caxton.

            - Júlio César, que prazer te encontrar.

            - Sim Marquinho, eu que fico feliz em saber isso, está procurando alguém?

            - Estou, mas já estou quase desistindo...

            - Não desista Marquinho, vá em frente - argumentou Chaucer.

            - Estou de acordo - argumentou Churchile.

            - Marquinho, eu gostaria de lhe dizer - interrompeu Confúcio.

            - Diz mestre, o que quer?

            - Ele quer dizer pra você o que quer.

            - Ele quer dizer pra você, pra você não desistir! - exclamou Coperni.

            - Obrigado, mas ela deve estar por ai mesmo.

            - Certo Marquinho - confirmou Raimundo Correia.

            - Marquinho veio nos visitar?

            - Euclides da Cunha, que prazer - argumentou Marquinho abraçando o poeta com alegria.

            - Dante Alighieri, venha conhecer Marquinho!  - exclamou Charles Darwin.      

- Você é o famoso Marquinho? - indagou Daniel Defoe.

            - Sim, é ele mesmo - interrompeu Walter de Lá Mare.

            - Como vocês são gentis - argumentou Marquinho dizendo:

            - E você quem é?

            - Sou René Decartes, e ele e Charles Dickens.

            - Eu sou Carlos Drumonnd de Andrade.

            - Você eu conheço, só não sei quem e ele..

            - Sou Jean Henri Fabre.

            -Ah! O homem dos insetos.

            - Isso Marquinho - interrompeu Feijó.

            - Tudo bem com o senhor Padre?

            Antes de o padre responder

            - Benjamin Franklin, você viu a professora Eme?

            - Não a conheço garoto.

            - Ele é Marquinho - interrompeu Goethe.

            - Pensei que ele me conhecesse! - exclamou Marquinho meio triste.

            - Não fique triste Marquinho.

            - Antônio Gonçalves Dias, tudo bem?

            - Sim, está procurando a professora Eme?

            - Sim, você a viu?

                        - Vi, venha comigo.

            - Eu também quero ir - pediu Tomás Antônio Gonzaga.

            - Vamos - confirmou Marquinho.

            - Podemos ir também?

            - Irmãos Grimm, vamos! - exclamou Marquinho.

            - E Jacob e William Grimm foram com os demais.

            - Esperem um pouco que vou cumprimentar Johem Gutenberg.

            - Te aguardamos Marquinho! - exclamou Heródoto se juntando aos outros.

            - Que turma! O que estão fazendo?

            - Aguardando Marquinho, Adolf Hitler - respondeu Homero

            - Marquinho voltou depois de ter cumprimentado também Helen Adams Keller.

            - Vamos gente, vamos ver se  encontramos a professora.

            - Posso ir? - pediu Kipling.

            - Vamos - argumentou Marquinho dizendo:

            - Quanta gente! Vocês me dão licença que tenho que cumprimentar Esopo e Lafontaine.

            - Marquinho, oi Marquinho!

            - Thomas Edward Lawrence o que está fazendo ai?

            - Ele gosta do perigo - argumentou Vladimir Ilyich Ulyanov.

            - Você não é Leni! - exclamou Marquinho surpreso.

            - Isso Marquinho, é ele mesmo -  confirmou José Bento Monteiro Lobato.

            Marquinho deixou os demais desesperados falando:

            - Joaquim Maria Machado de Assis, meu grande escritor e quem são estas grandes figuras?

            - Sou Vinicius de Moraes.

            - Eu sou Joaquim Nabuco.

            - Você é o?

            - Isaac Newton.

            - Não o conhecia Marquinho?  -Indagou Oscar Niemeyer.

            - É muita gente! - exclamou Násio Públio Ovídio.

            - Eu também acho - confirmou Pasternak.       

            Marquinho por um lado se sentia feliz por estar no meio de tanta gente famosa, mas ao mesmo tempo triste, pois não conseguia se encontrar com a professora Eme.

            - Vou chorar, eu vou chorar...

            - Por que Marquinho?       

            - Platão, oh! Estou feliz por te ver, mas a minha professora...

            - Vou ajudar você a procurá-la.

            - Obrigado Platão, olhe, veja uma mulher!

            Marquinho deixou Platão e saiu correndo ao encontro da mulher.

            - Oi, posso falar com você?

            - Sim, um prazer, eu sou Raquel de Queiroz.

            - Eu sou Marquinho.

            - Ah sim, aluno da professora Eme.

            - Sim, você a conhece?

            - Claro vocês são personagens dos livros de João Rodrigues.

            - E você conhece João Rodrigues também?

            - Sim, a pouco estive falando com ele.

            - Ele está com a professora?

            - Não, está sozinho.

            - Obrigado escritora - agradeceu Marquinho e saiu correndo para um outro salão do castelo...

            - Oi, quem é você?

            - Sou Sir Valter Releigh.

            - Obrigado senhor, eu sou Marquinho, e estou procurando pelo escritor João Rodrigues, sebe onde ele está?         Inesperadamente Marquinho foi interrompido...

            - José Lins do Rego, você viu a minha professora?

            - Não Marquinho, mas vamos falar um pouco, depois você encontrará a sua professora.

            - Não poeta, eu tenho que encontrá-la, e quero ver se o escritor João Rodrigues também está com ela, pois ele pode ir embora e eu tenho algo muito importante para falar-lhe.

            - Está bem Marquinho, esteja a vontade, depois falaremos.

            Marquinho nem se quer respondeu o poeta e se foi.

            - Marquinho, o que está procurando?

            - Quem é você?

            - Eu sou Valter Scott.

            - É a minha professora que procuro.

            - Ela deve estar por ai mesmo.

            - Obrigado escritor - argumentou Marquinho andando e acabou...

            - Olhe pra onde anda menino.

            - Perdão senhor, é que estou procurando pela professora Eme.

            - Meu nome é Greene.

            - O meu é Marquinho.

            Marquinho deixou o poeta quando viu...

            - William Shakspeare, que surpresa!

            - Olá Marquinho, o que está fazendo assim tão assustado?

            - Procurando a professora Eme.

            - Não precisa ficar assim Marquinho, fique a vontade, logo você se encontrará com ela.

            - É, eu também acho!

            - Sabe Marquinho, aproveite a oportunidade para poder ficar a vontade, pois ocasiões como esta...

            - Isso mesmo Shakepseare, você tem razão.

            De modo que Marquinho ficou mais  tranqüilo...

            - Venha cá Sir Philip Sidney.

            - Sim Shakespeare, tudo bem.

            - Sim, estou aqui com o meu amigo Marquinho.

            - Olhe Stevenson, vamos falar com ele - argumentou Marquinho e ao chegar perto do escritor:

            - Olá Marquinho, que bom vir a este encontro mundial de poetas e escritores.

            - Estou muito feliz mesmo Stevenson.

            - Meu grande escritor Jonathan Swift - argumentou Marquinho cumprimentando o escritor e andando com ele.

            - Vai deixar o pessoal ai?

            - Sim, vamos andar um pouco, na verdade eu quero ver a minha professora.

            - Estive com o escritor João Rodrigues a pouco.

            - Veja só, estou procurando por eles...

            - Deixe que eles venham à sua procura.

            - Mas se eles não souberem que eu estou aqui?

            - É, isso é.

            - Está vendo só...

            - Vamos falar com Alfred Tennyson?

            - Vamos - argumentou Marquinho andando ao lado do escritor.

            Depois que falaram com Alfred Tennyson...

            - Pra onde está indo?

            - Quem é você?      

            - Sou Thackeray

            - Um grande prazer, eu sou Marquinho.

            - Quanta gente!

            - Vamos chegar Mark Tawain   -argumentou Thackeray

            - Olá sou Mark - argumentou Marquinho dizendo:

            - Grande Samuel Clemens.

            - Marquinho, que satisfação.

            - Oi Luis Nicola Fagundes Varela, como vai?

            - Estou bem Marquinho, melhor ainda por estar junto a pessoas tão ilustres...

            - Obrigado, mas não sou tão ilustre assim...

            - Somos Marquinho - argumentou Thackeray.

            - Isso mesmo - interrompeu José Mauro de Vasconcelos.

            - Olá José Mauro de Vasconcelos, tudo bem?

            - Ótimo Marquinho, estive com João Rodrigues a pouco.

            - Será que ele já se foi?

            - Não esta a sua procura.

            - Bem feito, agora se ele quiser que venha ele mesmo à minha procura.

            - Não pode dizer assim Marquinho.

            - Por que, e quem e você?

            - Meu nome é Érico Veríssimo.

            - Já ouvi falar de você Érico Veríssimo.

            - E quem não ouviu Marquinho  - argumentou o padre Antônio Vieira.

            - Olá padre, o senhor não vem dar sermão não, não é?

            - E se eu for dar Marquinho, o que você tem contra.

            -  Nada padre eu estou brincando com o senhor.

            - Não se pode brincar com certas pessoas Marquinho...

            - Por que, e quem é você pra dizer isso?

            - Posso Marquinho, eu sou Públio Virgilio Marco.

            - Está bem Públio, eu prometo não brincar com nenhum de vocês.

            - É isso ai Marquinho! - exclamou o padre José de Anchieta.

            - Oi padre, tudo bem?

            - Ótimo Marquinho, e você?

            - Bem padre. Olhe, lá vem vindo Cláudio Manoel da Costa.

            - Anda sempre juntos, ele Santa Rita Durão, Basílio da Gama.

            - É, eles sempre gostaram de falar da natureza.

            - Isso mesmo Marquinho - argumentou Joaquim Manuel de Macedo.

            - Cecília Meireles, você viu a professora Eme?

            Marquinho nem deixou a escritora responder e saiu correndo e gritando:

            - Professora Eme ,espere por mim...

            Marquinho, porém, conseguiu se encontrar com a professora Eme que disse:

            - Desde cedo que procuro pela senhora.         

- Oi Marquinho, cumprimente os escritores.

            - Olá como vai?

            - Graciliano Ramos, Clarice Lispector e eu sou Ligia Fagundes.

            - Desculpe gente, é que eu estava ansioso pra encontrar a minha professora.

            - Pode ficar a vontade Marquinho! - exclamou a professora.

            Marquinho falou um pouco com a professora e os escritores depois disse:

            - Professora, onde foi João Rodrigues?

            - Deve estar por ai filho.

            - Eu vou procurá-lo, a senhora quer ir comigo?

            - Vamos...

            - A professora Eme pediu licença aos escritores e foi com Marquinho à procura do escritor João Rodrigues.

            - Professora Eme, se encontrou com o seu aluno?

            - Quem é ele professora?

            - É o escritor Gustavo Coração.

            - Que nome estranho professora!

            - Olá Marquinho, você é muito inteligente.

            - Obrigado escritor, mas isso é bondade sua.  

O escritor acabou saindo com Marquinho e a professora à procura do escritor João Rodrigues.

            - Onde será que ele se meteu - murmurava Marquinho meio triste...

            A professora Eme por sua vez está no maior papo com o escritor...

            - A senhora está numa coisa com este escritor professora!

            - Deixe de besteira Marquinho, e olha o respeito!

            Marquinho saiu correndo ao ver João Rodrigues num canto do salão do castelo...

            João Rodrigues estendeu os braços para o menino que lhe abraçou arduamente.

            - João Rodrigues, faz um tempão que estou à sua procura.

            - Mas foi bom que conseguiu me encontrar, por si mesmo Marquinho.

            - É isto mesmo, cumprimenta o meu amigo.

            - Como vai escritor!

            - Guimarães Rosa, Marquinho, e é uma honra falar com você.

            - Maior é a minha Guimarães Rosa.

            - Por que Marquinho?

            - Por estar no meio de vocês, eu sei que sou apenas um dos personagens das histórias de João Rodrigues, e vocês são de verdade.

            - Mas para o nosso mundo Marquinho, você é de verdade  - argumentou Oswaldo Venceslau Silva.

            Logo a professora chegou e João Rodrigues falou:

            - Autoridades intelectuais eu gostaria de anunciar o nome do meu mais recente livro dedicado ao Marquinho.

            - Qual João Rodrigues?

            - Marquinho, acorde filho, o que você está sentindo?

            - Nada mamãe, eu estava sonhando...

 

 

Fim 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Menino de Rua

  O MENINO DE RUA   JOÃO RODRIGUES               Na esquina de rua doze com a avenida vinte e três, alguém chorava...             - Por que ...