ALGUNS POETAS
JOÃO RODRIGUES
Marquinho sonhou que estava em um grande castelo, e lá era o castelo da cultura...
- Castelo da cultura?
- Sim, aqui se encontra todos os poetas de todos os tempos.
- E você é um poeta?
- Sou Casimiro José Marques de Abreu, gosto de falar da saudade.
- Eu sou Marquinho seu Abreu, nem sei do que gosto.
- Fiquei à vontade Marquinho, logo você saberá o que lhe é mais interessante.
- Quem é você?
- José Martiniano de Alencar.
- E eu sou Guilherme de Almeida.
- Nossa! Vocês são muitos!
- Não fique assustado Marquinho...
- Jorge Amado! Você! Eu já ouvi falar por muitas vezes de você. Só te vi mesmo na televisão.
- Olá Andersen, este é Marquinho, um personagem do nosso colega, escritor João Rodrigues.
- Um prazer Marquinho.
- Seu nome é estranho, você é estrangeiro?
- Não Marquinho, no castelo da cultura não existe nacionalidade - argumentou Mário de Andrade que vinha chegando.
- Isso mesmo - confirmou Augusto dos Anjos, meio triste.
- Por que está triste Augusto?
- Aluisio e Artur Azevedo, como vão indo?
- Tudo bem, mas fiquei triste por te ver triste.
- Vamos esquecer a tristeza - argumentou Marquinho perguntando:
- E você, quem é mesmo você?
- Álvares de Azevedo.
- E eu sou Francis Bacon.
- Já ouvi falar de você, e ele é Roger Bacon?
- Sim - afirmou Manoel Bandeira.
- Rui Barbosa! Que satisfação, gostaria de falar-lhe...
- Quem é a celebre figura na qual me comprazo.
- Nossa! Vejo que o homem fala bonito, eu sou Marquinho, personagem do escritor João Rodrigues.
- Mas não é você o aluno da professora Eme?
- Sim, você conhece a minha professora?
- Estive falando com ela há pouco!
- Obrigado Rui, eu vou procurá-la.
Marquinho saiu andando pelos salões do grande castelo da cultura e indagando pela sua professora...
- Com licença, eu estou procurando pela minha professora.
- Sou Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, e você?
- Ele é Marquinho - interrompeu Willian Blake.
- A sua professora está lá dentro - argumentou Robert Burns.
- Obrigado - argumentou Marquinho correndo.
- Oi Marquinho, eu sou Luiz Vaz de Camões, está procurando a professora Eme?
- Deve ser - argumentou Lewis Carroll.
- Marquinho nem deu atenção ao poeta e continuou...
- Vicente de Carvalho, você viu a minha professora?
- Não Marquinho - respondeu Vicente de Carvalho murmurando:
Quem será que...
- Marquinho eu sou Castro Alves o que está procurando?
- Deve ser a professora dele - argumentou Willian Caxton.
- Júlio César, que prazer te encontrar.
- Sim Marquinho, eu que fico feliz em saber isso, está procurando alguém?
- Estou, mas já estou quase desistindo...
- Não desista Marquinho, vá em frente - argumentou Chaucer.
- Estou de acordo - argumentou Churchile.
- Marquinho, eu gostaria de lhe dizer - interrompeu Confúcio.
- Diz mestre, o que quer?
- Ele quer dizer pra você o que quer.
- Ele quer dizer pra você, pra você não desistir! - exclamou Coperni.
- Obrigado, mas ela deve estar por ai mesmo.
- Certo Marquinho - confirmou Raimundo Correia.
- Marquinho veio nos visitar?
- Euclides da Cunha, que prazer - argumentou Marquinho abraçando o poeta com alegria.
- Dante Alighieri, venha conhecer Marquinho! - exclamou Charles Darwin.
- Você é o famoso Marquinho? - indagou Daniel Defoe.
- Sim, é ele mesmo - interrompeu Walter de Lá Mare.
- Como vocês são gentis - argumentou Marquinho dizendo:
- E você quem é?
- Sou René Decartes, e ele e Charles Dickens.
- Eu sou Carlos Drumonnd de Andrade.
- Você eu conheço, só não sei quem e ele..
- Sou Jean Henri Fabre.
-Ah! O homem dos insetos.
- Isso Marquinho - interrompeu Feijó.
- Tudo bem com o senhor Padre?
Antes de o padre responder
- Benjamin Franklin, você viu a professora Eme?
- Não a conheço garoto.
- Ele é Marquinho - interrompeu Goethe.
- Pensei que ele me conhecesse! - exclamou Marquinho meio triste.
- Não fique triste Marquinho.
- Antônio Gonçalves Dias, tudo bem?
- Sim, está procurando a professora Eme?
- Sim, você a viu?
- Vi, venha comigo.
- Eu também quero ir - pediu Tomás Antônio Gonzaga.
- Vamos - confirmou Marquinho.
- Podemos ir também?
- Irmãos Grimm, vamos! - exclamou Marquinho.
- E Jacob e William Grimm foram com os demais.
- Esperem um pouco que vou cumprimentar Johem Gutenberg.
- Te aguardamos Marquinho! - exclamou Heródoto se juntando aos outros.
- Que turma! O que estão fazendo?
- Aguardando Marquinho, Adolf Hitler - respondeu Homero
- Marquinho voltou depois de ter cumprimentado também Helen Adams Keller.
- Vamos gente, vamos ver se encontramos a professora.
- Posso ir? - pediu Kipling.
- Vamos - argumentou Marquinho dizendo:
- Quanta gente! Vocês me dão licença que tenho que cumprimentar Esopo e Lafontaine.
- Marquinho, oi Marquinho!
- Thomas Edward Lawrence o que está fazendo ai?
- Ele gosta do perigo - argumentou Vladimir Ilyich Ulyanov.
- Você não é Leni! - exclamou Marquinho surpreso.
- Isso Marquinho, é ele mesmo - confirmou José Bento Monteiro Lobato.
Marquinho deixou os demais desesperados falando:
- Joaquim Maria Machado de Assis, meu grande escritor e quem são estas grandes figuras?
- Sou Vinicius de Moraes.
- Eu sou Joaquim Nabuco.
- Você é o?
- Isaac Newton.
- Não o conhecia Marquinho? -Indagou Oscar Niemeyer.
- É muita gente! - exclamou Násio Públio Ovídio.
- Eu também acho - confirmou Pasternak.
Marquinho por um lado se sentia feliz por estar no meio de tanta gente famosa, mas ao mesmo tempo triste, pois não conseguia se encontrar com a professora Eme.
- Vou chorar, eu vou chorar...
- Por que Marquinho?
- Platão, oh! Estou feliz por te ver, mas a minha professora...
- Vou ajudar você a procurá-la.
- Obrigado Platão, olhe, veja uma mulher!
Marquinho deixou Platão e saiu correndo ao encontro da mulher.
- Oi, posso falar com você?
- Sim, um prazer, eu sou Raquel de Queiroz.
- Eu sou Marquinho.
- Ah sim, aluno da professora Eme.
- Sim, você a conhece?
- Claro vocês são personagens dos livros de João Rodrigues.
- E você conhece João Rodrigues também?
- Sim, a pouco estive falando com ele.
- Ele está com a professora?
- Não, está sozinho.
- Obrigado escritora - agradeceu Marquinho e saiu correndo para um outro salão do castelo...
- Oi, quem é você?
- Sou Sir Valter Releigh.
- Obrigado senhor, eu sou Marquinho, e estou procurando pelo escritor João Rodrigues, sebe onde ele está? Inesperadamente Marquinho foi interrompido...
- José Lins do Rego, você viu a minha professora?
- Não Marquinho, mas vamos falar um pouco, depois você encontrará a sua professora.
- Não poeta, eu tenho que encontrá-la, e quero ver se o escritor João Rodrigues também está com ela, pois ele pode ir embora e eu tenho algo muito importante para falar-lhe.
- Está bem Marquinho, esteja a vontade, depois falaremos.
Marquinho nem se quer respondeu o poeta e se foi.
- Marquinho, o que está procurando?
- Quem é você?
- Eu sou Valter Scott.
- É a minha professora que procuro.
- Ela deve estar por ai mesmo.
- Obrigado escritor - argumentou Marquinho andando e acabou...
- Olhe pra onde anda menino.
- Perdão senhor, é que estou procurando pela professora Eme.
- Meu nome é Greene.
- O meu é Marquinho.
Marquinho deixou o poeta quando viu...
- William Shakspeare, que surpresa!
- Olá Marquinho, o que está fazendo assim tão assustado?
- Procurando a professora Eme.
- Não precisa ficar assim Marquinho, fique a vontade, logo você se encontrará com ela.
- É, eu também acho!
- Sabe Marquinho, aproveite a oportunidade para poder ficar a vontade, pois ocasiões como esta...
- Isso mesmo Shakepseare, você tem razão.
De modo que Marquinho ficou mais tranqüilo...
- Venha cá Sir Philip Sidney.
- Sim Shakespeare, tudo bem.
- Sim, estou aqui com o meu amigo Marquinho.
- Olhe Stevenson, vamos falar com ele - argumentou Marquinho e ao chegar perto do escritor:
- Olá Marquinho, que bom vir a este encontro mundial de poetas e escritores.
- Estou muito feliz mesmo Stevenson.
- Meu grande escritor Jonathan Swift - argumentou Marquinho cumprimentando o escritor e andando com ele.
- Vai deixar o pessoal ai?
- Sim, vamos andar um pouco, na verdade eu quero ver a minha professora.
- Estive com o escritor João Rodrigues a pouco.
- Veja só, estou procurando por eles...
- Deixe que eles venham à sua procura.
- Mas se eles não souberem que eu estou aqui?
- É, isso é.
- Está vendo só...
- Vamos falar com Alfred Tennyson?
- Vamos - argumentou Marquinho andando ao lado do escritor.
Depois que falaram com Alfred Tennyson...
- Pra onde está indo?
- Quem é você?
- Sou Thackeray
- Um grande prazer, eu sou Marquinho.
- Quanta gente!
- Vamos chegar Mark Tawain -argumentou Thackeray
- Olá sou Mark - argumentou Marquinho dizendo:
- Grande Samuel Clemens.
- Marquinho, que satisfação.
- Oi Luis Nicola Fagundes Varela, como vai?
- Estou bem Marquinho, melhor ainda por estar junto a pessoas tão ilustres...
- Obrigado, mas não sou tão ilustre assim...
- Somos Marquinho - argumentou Thackeray.
- Isso mesmo - interrompeu José Mauro de Vasconcelos.
- Olá José Mauro de Vasconcelos, tudo bem?
- Ótimo Marquinho, estive com João Rodrigues a pouco.
- Será que ele já se foi?
- Não esta a sua procura.
- Bem feito, agora se ele quiser que venha ele mesmo à minha procura.
- Não pode dizer assim Marquinho.
- Por que, e quem e você?
- Meu nome é Érico Veríssimo.
- Já ouvi falar de você Érico Veríssimo.
- E quem não ouviu Marquinho - argumentou o padre Antônio Vieira.
- Olá padre, o senhor não vem dar sermão não, não é?
- E se eu for dar Marquinho, o que você tem contra.
- Nada padre eu estou brincando com o senhor.
- Não se pode brincar com certas pessoas Marquinho...
- Por que, e quem é você pra dizer isso?
- Posso Marquinho, eu sou Públio Virgilio Marco.
- Está bem Públio, eu prometo não brincar com nenhum de vocês.
- É isso ai Marquinho! - exclamou o padre José de Anchieta.
- Oi padre, tudo bem?
- Ótimo Marquinho, e você?
- Bem padre. Olhe, lá vem vindo Cláudio Manoel da Costa.
- Anda sempre juntos, ele Santa Rita Durão, Basílio da Gama.
- É, eles sempre gostaram de falar da natureza.
- Isso mesmo Marquinho - argumentou Joaquim Manuel de Macedo.
- Cecília Meireles, você viu a professora Eme?
Marquinho nem deixou a escritora responder e saiu correndo e gritando:
- Professora Eme ,espere por mim...
Marquinho, porém, conseguiu se encontrar com a professora Eme que disse:
- Desde cedo que procuro pela senhora.
- Oi Marquinho, cumprimente os escritores.
- Olá como vai?
- Graciliano Ramos, Clarice Lispector e eu sou Ligia Fagundes.
- Desculpe gente, é que eu estava ansioso pra encontrar a minha professora.
- Pode ficar a vontade Marquinho! - exclamou a professora.
Marquinho falou um pouco com a professora e os escritores depois disse:
- Professora, onde foi João Rodrigues?
- Deve estar por ai filho.
- Eu vou procurá-lo, a senhora quer ir comigo?
- Vamos...
- A professora Eme pediu licença aos escritores e foi com Marquinho à procura do escritor João Rodrigues.
- Professora Eme, se encontrou com o seu aluno?
- Quem é ele professora?
- É o escritor Gustavo Coração.
- Que nome estranho professora!
- Olá Marquinho, você é muito inteligente.
- Obrigado escritor, mas isso é bondade sua.
O escritor acabou saindo com Marquinho e a professora à procura do escritor João Rodrigues.
- Onde será que ele se meteu - murmurava Marquinho meio triste...
A professora Eme por sua vez está no maior papo com o escritor...
- A senhora está numa coisa com este escritor professora!
- Deixe de besteira Marquinho, e olha o respeito!
Marquinho saiu correndo ao ver João Rodrigues num canto do salão do castelo...
João Rodrigues estendeu os braços para o menino que lhe abraçou arduamente.
- João Rodrigues, faz um tempão que estou à sua procura.
- Mas foi bom que conseguiu me encontrar, por si mesmo Marquinho.
- É isto mesmo, cumprimenta o meu amigo.
- Como vai escritor!
- Guimarães Rosa, Marquinho, e é uma honra falar com você.
- Maior é a minha Guimarães Rosa.
- Por que Marquinho?
- Por estar no meio de vocês, eu sei que sou apenas um dos personagens das histórias de João Rodrigues, e vocês são de verdade.
- Mas para o nosso mundo Marquinho, você é de verdade - argumentou Oswaldo Venceslau Silva.
Logo a professora chegou e João Rodrigues falou:
- Autoridades intelectuais eu gostaria de anunciar o nome do meu mais recente livro dedicado ao Marquinho.
- Qual João Rodrigues?
- Marquinho, acorde filho, o que você está sentindo?
- Nada mamãe, eu estava sonhando...
Fim
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