OS NÚMEROS
JOÃO RODRIGUES
- Não sei do que a senhora está falando professora!
- Estou falando de números Marquinho.
- E o que é isso?
- Venha comigo que você verá.
- Estou cansado professora, não vou.
- Você precisa conhecê-los marquinho, ninguém consegue viver sem números.
- Está bem professora, e onde vamos encontrar os números?
- Na terra da matemática.
- Fica longe esta terra?
- Fica Marquinho, mas nós vamos de carro.
- A senhora comprou carro professora?
- Comprei, vamos.
Marquinho e a professora Eme seguiram estrada afora indo para a terra da matemática...
- lará lá rá lá ....
- Marquinho, tire a mão do lado de fora da janela que vamos entrar em uma estrada muito fechada. Tem muitos ramos.
- Quando chegar lá eu tiro professora, estou gostando de brincar com o ar.
- Depois que chegarmos lá, brinque à vontade Marquinho.
- Tá bem professora, então eu vou dormir, quando chegarmos lá, a senhora me acorda.
- É melhor assim - argumentou a professora com carinho.
E a imaginária viagem até a terra da matemática...
- Marquinho! Acorde! Já chegamos.
- Nós estamos sonhando professora, quem sonha não está acordado, sei lá, será que estou dormindo sonhando?
- Isso não importa, já chegamos.
Marquinho abriu a porta do carro e foi surpreendido por “0”.
- Olá garoto, você é o Marquinho?
- Sim bola redonda, o que quer comigo?
- Ser estudado Marquinho, eu sou o “0”.
- “0” seu nome é estranho, é só isso “0”?
- Sim Marquinho, ele se chama “0” - argumentou professora.
- Vamos Marquinho, eu gostei de você, vamos brincar?
- Eu também quero ir.
- Oi “1”, o que está fazendo todo sujo de barro?
- Brincando na areia professora.
- Vocês aqui gostam mesmo de brincar!
- Gostamos menino.
- Menino não, meu nome é Marquinho.
- Desculpe Marquinho - argumentou “1” meio triste.
- Não precisa ficar triste “1”, peça desculpa a ele Marquinho.
Marquinho abraçou “1” e “0”, e saíram andando nas sombras dos arvoredos que enfeitavam a praça da terra da matemática.
- Que lindo os arvoredos “0”!
- Gostou Marquinho?
- Gostei muito “1”, adorei aqui.
- Eu também Marquinho - argumentou a professora.
- “1”, quem são estas pessoas?
- Não se lembra da professora Eme?
- Professora Eme, ah! Sim, este deve ser Marquinho.
- Sim, isso mesmo, eu sou o Marquinho.
- Eu sou “2” Marquinho, gostamos de brincar.
- Eu também “2”, gosto de brincar.
- E quem não gosta! - exclamou “3” que vinha chegando.
- “3”, eu vim com Marquinho.
- Que bom professora, pelo menos não passamos este fim de semana sem um menino pra brincar com a gente.
- Vocês gostam mesmo de brincar, não é “3”?
- E existe coisa melhor do que brincar, Marquinho?
- Se tiver pode me dizer Marquinho.
- Você, o que quer aqui?
- Eu moro aqui Marquinho, eu sou o “4”.
- Ah! Você é o “4”, o número “4”.
- Isso mesmo...
- Gente! Vamos tomar banho? - convidou o “0”.
- Onde vocês tomam banho “0”?
- Na fonte do saber - interrompeu “2”.
- Fonte do saber?
- Sim Marquinho, na terra da matemática tudo é feito com sabedoria, pois nós somos exatos - respondeu “3”.
- Já ouvi falar em meu mundo que 2 e 2 são 4.
- No seu mudo falam o que querem Marquinho - argumentou “5” que vinha vestido com um shorte.
- Você está lindo “5”!
- Obrigado professora.
- Por que está de shorte “5”?
- Vamos tomar banho Marquinho.
- Então vamos, e a professora vai tomar banho também?
- Não Marquinho, eu vou ficar olhando vocês.
- Que lugar lindo! Que água limpa! Que lindo!
- Gostou Marquinho?
- Sim”4”, gostei muito.
- E o que está esperando Marquinho, vamos cair na água.
- Estou com medo “2”, a água deve estar fria.
“3” caiu na água e disse:
- Venha Marquinho, a nossa água não é como a água do seu mundo, aqui a água não tem poluição, é água pura e quente. Venha!
Marquinho caiu na água e feliz disse:
- A água é uma delícia professora, venha com a gente.
- Não Marquinho fique a vontade.
- alguém pegou o meu pé!
Mais que depressa marquinho saiu da água dizendo:
- Tem uma coisa dentro da água, pegou em meu pé.
Todos os números assustados saíram de dentro da água...
- Mas o que será que pegou no seu pé Marquinho?
- Não sei “5”, só sei que pegou.
- Eu vou ver o que foi - argumentou “4” mergulhando na água...
Minutos depois “4” surgiu na superfície da água dizendo:
- Venha gente! “6” está se afogando, corra, vamos salvá-lo.
Assim “1”e “2” foram ajudar “4” a tirar “6” do fundo do posso.
- Professora, será que “6” vai morrer?
- Não sei Marquinho, água é muito perigosa entrar nela...
Porém, antes da professora terminar de falar...
- Professora, a senhora por aqui...
- Sente alguma coisa “6”?
- Não “4”, eu só estava testando a minha máscara de mergulho.
- Pensamos que você estivesse se afogando.
- Não menino, eu não estava me afogando.
- Ele é Marquinho “6”, um dos meus alunos.
- Pois é Marquinho, eu não tenho medo de água, mas quando entro nela, tenho o cuidado de entrar preparado.
- Já é hora do almoço - argumentou “7” que vinha chegando.
- Que bom “7”, assim a professora Eme e MarquInho almoçarão com a gente.
- Então vamos Marquinho.
- Ir pra onde?
- Pra nossa casa - argumentou “7” satisfeito, andando em seus patins.
- O que é isso “7”?
- Meus patins.
- Deixe-me andar com eles?
- Pode andar Marquinho, mas tome cuidado.
- Vou ter cuidado.
Até parecia que o Marquinho já sabia patinar, pois calçou os patins de “7” e saiu andando pra casa dos números.
- Saia da frente que vou cair, sai número que não sei qual, saia.
- Eu sou o “8” menino doido, o que está fazendo aqui?
- Ai meu braço, está doendo meu braço.
“7” veio correndo e apanhou Marquinho e disse:
- Corra “8”, traz água de sal pra colocar no braço de Marquinho.
“8” trouxe a água e com um pano colocou-a no braço de Marquinho, dizendo:
- Marquinho, se você quebrasse o braço, eu seria culpado.
- Não “8” eu é quem seria! - exclamou “7”.
- Não, sou eu o culpado.
- Isso mesmo Marquinho, onde já se viu pegar patins dos outros e sair patinando por aí sem saber pra onde...
- Sei que errei professora, mas eu só estava brincando.
- Da próxima vez vou trazer outro aluno. Você está ficando impossível.
Marquinho abraçou a professora e disse:
- A senhora está brincando! Eu sei. Eu gosto da senhora.
- Vamos entrar gente, o que é esta confusão?
- Não é confusão não “9”, foi Marquinho que machucou o braço.
- Coitado! Já passou remédio Marquinho?
- Já “9” está tudo bem.
- Então vamos almoçar.
- Não tem mais ninguém pra almoçar “9”?
- Não Marquinho, todos os números estão aqui na terra da matemática.
Depois que “9” falou, entraram na grande casa dos números, e a mesa já estava posta, Marquinho já com muita fome sentou-se numa das cadeiras e...
- Calma Marquinho, esta cadeira ai é do “0”! - E onde eu posso me assentar?
- Deixe os números se assentarem primeiro Marquinho - argumentou a professora.
- Eu não quero almoçar, perdi o apetite.
- Espere Marquinho, eu vou convidar os números pra se assentarem, assim, depois nos assentaremos.
- Está bem professora, então nos chame.
De maneira que a professora Eme disse:
- Podem se assentar “0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9”, pronto Marquinho; aí estão os números, pode se assentar.
Depois que todos se assentaram Marquinho falou:
- Sobrou uma cadeira, quem vai se sentar nela professora?
- Eu Marquinho!
- Escritor João Rodrigues, que surpresa!
- você já conhece o escritor Marquinho? - indagou “5”.
- Conheço ”5”, ele escreveu “Marquinho e o alfabeto, Marquinho e o Brasil”...
- E agora Marquinho, estou escrevendo “Os Números”!
- Então vamos brindar ao novo livro! - exclamou a professora Eme.
- Ao nosso livro.
- É isto ai João Rodrigues, parabéns - gritaram os números.
E depois do almoço a professora Eme relatou:
- É hora de irmos Marquinho, vamos nos despedir.
- Está cedo professora.
- Temos que ir “4”.
- Até outro dia João Rodrigues, apareça lá em casa, eu só te vejo quando está escrevendo livro!
- Qualquer dia irei te visitar, Marquinho.
- E a mim também escritor.
- Sim professora, irei com prazer.
- Escritor, se você não for a minha casa, onde eu posso te encontrar?
- Pode passar no Jornal do Rei, Marquinho.
- Obrigado João Rodrigues.
- Boa viagem Marquinho.
A professora e seu aluno entraram no carro de volta para casa até pareciam que nunca iam acordar...
FIM
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