sábado, 29 de abril de 2023

As Letras João Rodrigues

AS LETRAS

 

JOÃO RODRIGUES

 

            - Atenção para chamada.

            - Professora, Marquinho está puxando os meus cabelos.

            - Marquinho! Respeite sua colega.

            - Colega ou namorada! - exclamou Abel.

            - Abel já que está falando, venha à frente e escreva no quadro a letra “a” maiúscula, minúscula e em manuscrito.

            - Esta é fácil professora.

            Assim Abel foi e escreveu:

            “ A” “a” “a”.

                        - Muito bem Abel, pode se assentar.

            - Professora, posso escrever a próxima letra?

            - Não zoraide, você deverá ser a última.

            - Então sou eu - argumentou Berenice.

            - Sim, pode ser você querida - confirmou a professora Eme dizendo:

            - Venha até o quadro e escreva a letra “b”.

            - Oba! É a letra do meu nome.

            “B” “b” “b”.

            - Agora sou eu professora?

            - Não Júlio, você deverá ser o décimo.

            - Burro é...

                        - Marquinho, você está impossível.

            - Desculpe professora, é que eu não tolero gente...

            - Conceição, venha escrever a letra “ c” da mesma forma que seus colegas escreveram as outras.

            - Pois não mestra! - exclamou Conceição escrevendo.

            “C” “c” “c”

            - Agora é minha vez professora - gritou Daniel.

            - É isso aí Daniel - gritou Marquinho.

            Daniel foi e escreveu a letra “d”.

            “D” “d” “d”.

            - Efigênia?

            - Ah! Pensei que fosse  me esquecer.

            - Venha e escreva a letra “e”.

            E a garota Efigênia escreveu:

            “E” “e” “e”.

            - Flor, é a sua vez.

            - Eu também professora?

            - Sim Francisco, mas deixe a Flor.

            - Só porque é mulher.

            - Nada disso Francisco, a professora faz o que quiser, ela é a professora, se esqueceu?

            - Você também Honório, pegando no meu pé, vai ver só a hora que sairmos.

            - Não quero saber de brigas entre vocês.

            - Sim professora, é ele que está Implicando.

            - Posso escrever professora?

            - Sim Flor.

            - Ai está à letra “f”.

            “F” “f” “f”.

            - Gustavo, é sua vez.

            Gustavo meio calado foi escrever a letra “g”.

            - Marquinho vá à frente e ensine o Gustavo.

            - É assim Gustavo.

            “G” “g” “g”.

            - Oba! Agora sou eu.

            - Isso mesmo Honório.

            E Honório foi à frente e escreveu a letra “h”.

            “H” “h” “h”.

            - Agora é a minha vez - gritou Júlio.

            - Não, é a Ione.

            - Falou comigo professora?

            - Sim, venha e escreva a letra “I”.

            E Ione escreveu a letra “I”.

            “I” “i” “i”.

            - Agora escreva a letra “J” Júlio.

            - Sim professora - respondeu Júlio escrevendo a letra “J”.

            “J” “j” “j”.

            - Marquinho, e agora quem será o próximo?

                        - Não temos ninguém na classe com essa letra professora.

            - É, como vamos fazer pra demonstrar como se escreve a letra “k”.

            - Eu sou professora.

            - Então diz como se escreve Sebastião.

            - Essa letra é muito usada para demonstrar distância, ela e a abreviatura de quilômetro.

            - Então Sebastião escreve a letra “K”.

            “K” “k” “k”.

            - Lúcia, venha e escreva a letra ”L”.

            - Pois não professora.

            E Lúcia escreveu a letra “L”.

            “L” “l” “l”.

            Antes de a professora falar, Marquinho estava na frente e escreveu a letra “M”.

            “M” “m” “m”.

            - Neuza é você.

            - Pode deixar o Nilo escrever professora?

            - Venham vocês dois.

            De maneira que os alunos foram à frente e escreveram a letra “N”.

            “N” “n” “n”.

            - Pare seu idiota!

            - O que está acontecendo ai atrás?

            - É Odete professora.

            - Odete, venha escrever a letra “O”

            - Já está escrito professora, a sua letra “O”.

            “O” “o” “o”.

            - Paula, é a sua vez.

            - Eu também professora.

            - Não Pedro, dê lugar a Paula.

            - Está bem, pode ir Paula.

            - Professora, eu tenho que escrever o quê?

            - O seu pensamento não funciona, não sua besta -  argumentou Odete.

            - Não sei o que a professora quer?

            - Está bem Paula, você deve escrever a letra “P”.

            - Ah sim, está bem, eu vou escrever.

            E a humilde aluna escreveu a letra “P”.

            “P” “p” “p”.

            - Eu sei o que escrever agora professora - argumentou Marquinho.

            - Está bem sabichão, fale.

            - Nem só vou falar como escrever a letra “Q”.

            “Q” “q” “q”.

            - Marquinho, porque se prontificou?

            - Eu respondo - interrompeu Rogério.

            - Fale Rogério, e depois escreva a letra “R”.

            - É que a letra não combina muito com nome próprio.

            E depois que Rogério falou, escreveu a letra “R”.

            “R” “r” “r”.

            - Sebastião!

            - Já vou professora.

            Sebastião se levantou foi até o quadro negro e escreveu a letra “S”.

            “S” “s” “s”.

            - Tânia, venha à frente e escreva a letra “T”.

            - Está ai professora, a letra “T”.

            “T” “t” “t”.

            - Uzias?

            Antes de Uzias responder, todos riram...

            - Posso saber o motivo da graça? - indagou a professora.

            - Estão sorrindo porque acha o meu nome feio professora, mas eu não me importo com esta coisa de belo ou feio, é muito relativo.

            - Então venha escrever a letra “U”.

            Uzias foi ao quadro negro e escreveu a letra “U”.

            “U” “u” “u”.

            A sirene tocou e todos saíram pro recreio...

            - Vamos parar de bagunça!

            - Professora, Marquinho estava de amor...

            - Não quero saber de nada Júlio.

            - Bem feito, seu bobo.

            - Eu te pego...

            - Vera, venha escrever no quadro negro a letra “V”.

            - Aí está professora, a letra “V”.

            “V” “v” “v”.

            - Wilson, é a sua vez de escrever a  letra “W”.

            - Isto é fácil professora, aí está a letra “W”.

            “W” “w” “w”.

            - Marquinho, venha demonstrar no quadro negro a letra “X”.

            - X de xarope, não é professora?

            - Pode ser.

            E depois que Marquinho escreveu a letra “X”.

            “X” “x” “x”.

            - Já que você está aí, escreva logo depois que apagar o “X” a letra “Y”.

            - Esta eu não tenho nenhum exemplo pra ela.

            - Eu tenho professora.

            - Então venha escrever Lúcia.

            - Y de Yone.

            - Ione se escreve com “I” e não com “Y”.

            - Nomes próprios podem se escrever conforme a letra que foi registrado, assim como “K,W,Y”.

            - Isto aí Marquinho - argumentou Júlio.

            - Então escreva a letra “Y”.

            Lúcia meio triste escreveu a letra ”Y”.

            “Y” “y” “y”.

            - Agora sou eu - argumentou Zoraide.

            - Isso mesmo Zoraide, escreva logo esta letra que estamos chegando ao fim da aula.

            - Eu posso escrever pra você Zoraide?

            - Escritor João Rodrigues, o que veio fazer hoje em nossa classe? - indagou Marquinho com alegria.

            - Estou escrevendo, ou melhor, Marquinho, deixe-me escrever a letra “Z” que digo o que vim fazer.

            Assim João Rodrigues escreveu a letra “Z”.

            “Z” “z” “z”.

            E depois disse:

            - Terminei de escrever o livro “As Letras”.

            - É a mesma coisa de “Marquinho e o Alfabeto”? - indagou Marquinho.

            - Não Marquinho, aquele foi um sonho e este é realidade.

            E todos bateram palmas comemorando o novo livro, enquanto a sirene tocava anunciando o fim da aula...                                         

 

Fim.

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