quinta-feira, 27 de abril de 2023

Fugindo da Morte João Rodrigues

 FUGINDO DA MORTE

 

JOÃO RODRIGUES

 

1

Vou apenas falar

O que está maltratando

Um coração amargurado

Num peito de engano,

 

2

Bicho que sempre sofreu

Até sem saber por quê

Talvez sempre a chorar

No destino a correr,

 

3

Como sangue nas veias

Corre sem poder parar

Como lágrimas na face

Lá na hora do clamar,

 

4

Olhar singelo de fé

No ritmo talvez do tempo

Nuvem perdida vagante

Assoprada pelo vento,

 

5

Corra bicho desgraçado

Filho sem pátria honrada

Maldita pedra que desce

Da montanha desgovernada,

 

6

Estrada sem acostamento

Caminho sem sinalização

Loucura ronda a mente

De um povo sem razão,

 

7

Como a manhã sem sol

Na terra desconhecida

Vontade de voltar atrás

Lá na primeira partida,

 

8

Tentar nascer de novo

Como ovo a chocar

Nas entranhas inocentes

De uma franga qualquer,

 

9

Melhor do que ter o nome

Escrito no documento

Passaporte inventado

Pelos preceitos legais,

10

Mesmo assim ilegal

Porém o cheiro do sim

Não duvida amigo

Pois só eles que falam,

11

Falam até sem pensar

Discurso lisonjeador

Escrito por uma fera

Cevada na estribaria,

12

Secretaria infernal

Berço de grandes ninhadas

Olhos grandes na cabeça

Língua bem bifurcada,

13

Não dão chances a ninguém

Nem adianta pedir

Se querem lutam juntos

Até serem vitoriosos,

14

Corja de víboras perversas

Que cressem na gestão

De um eleito fraudulento

De quase toda eleição,

 

15

Donos de momentos horríveis

Sem alegria e paz

Árvores plantadas

Certamente por satanás,

 

16

São chamados de senhores

Gozando de regalias

Fazem leis a seus favores

Puros demônios brutais,

 

17

Voam nos céus do mundo

Sem pagarem o que devem

Remontando compromisso

Nos cofres ao bel prazer,

 

18

Pouco importa o que faz

Pois o seu dia chegou

Com a fraude lhe recebeu

O titulo e o valor,

 

19

Dinheiro empoeirado

Sem valor de circulação

Homem sábio enterrado

No arsenal de mentiras,

 

20

Dor de cabeça constante

Gripe de geração

Doença hereditária

Que assola esta nação,

21

Notícias a toda hora

Bem tracejada ao dizer

Por finos lábios corados

Dos deleites do poder,

 

22

Tenho vergonha de mim

Já nem posso mais sorrir

Ao ver-me no espelho

Fico perdido no tempo,

 

23

Vou longe a procurar

Procuro o que não sei

Só sei que procuro algo

Algo que nunca achei,

 

24

Se pensa que sou pessimista

Alegro-me com isso

Pois sei que não ficará

Com a herança que tenho,

 

25

Desejo a cada instante

Que venha logo a guerra

Assim diante das armas

Será menos sofrimento,

 

26

No entanto recuo

Alimentando fantasia

Quem sabe vai melhorar

Assim poderei viver,

 

27

Andar pelo jardim

De mãos dadas com alguém

Ou até mesmo no parque

Brincando como criança,

 

28

Quão bom seria

Assim eu seria feliz

Tenho certeza disso

Até iria cantar,

 

29

Cantar uma canção

O hino nacional

De uma pátria que outrora

Fez muitos cantarem,

 

30

Ouça a minha canção

Que soneto interessante

O tom sem tom que tem

No leme do navegante,

 

31

Curta estrada eu vou seguir

Estou feliz por saber

Que tudo agora mudou

Vou seguir a minha vida,

 

32

De mãos dadas minha gente

Vamos seguir em frente

Esquecer o que passou

Pois tudo agora diferente,

 

33

Sei que a ilusão

Não é obra do outro mundo

É deste que vivo

Pois sempre fui iludido,

 

34

Vou correr como lebre

Esconder-me na toca

Antes de fazer a troca

Lá no sombrio castelo,

 

35

Se quiser correr comigo

Deixe tudo para trás

Não faça nada errado

Num certo tempo,

 

36

Uivo do lobo perdido

Da matilha enfurecida

Som do sino feroz

Na casa de oração,

 

37

Nuvem que leva notícia

Na tempestade do tempo

Vento que assopra

As paisagens do destino,

 

38

Se fosse possível eu faria

Do medo a solução

Levaria em segredo

O poder da oração,

 

39

Cavalo que corre no campo

Relinchando sem saber

Discursando em tabernas

De tribos desconhecidas,

 

40

Andam sol e estrelas

Deslizando-se nos céus

Encontrando escuridão

De pensamentos vadios,

 

41

Raios que brilham nos olhos

As lágrimas do inocente

Que aguarda sem saber

O que está para chegar,

42

Venha ver comigo

Antes de mais confusão

Venha ver o caminho

Para a hora de partir,

 

43

Ouça o que tem a dizer

Se é que pode escutar

Se é que podes saber

Se tu podes falar,

 

44

Falar depois do meu dito

No grito da liberdade

Dizer na minha ausência

O que sonhei em fazer,

 

45

Sofra o mesmo que eu

Na pele senti correr

A fome e o preconceito

Sem ao menos saber,

 

46

Será que fui condenado

Por uma força maior

Ou ainda é caminhada

Na desgraça,

 

47

Povo desgraçado

Não deixa oportunidade

Não falam o que querem

Mas que desgraça,

 

48

Que falta de graça

Que lugar impossível

De ser visível

Que desgraça,

 

49

Ajude-me

Dei-me aqui uma demão

Passa assim a borracha

Vê se a cor aparece,

 

50

Retalhe tudo

Corte aos pedacinhos

Tritura tudo direito

Não esqueça,

 

51

Quero deixar

As mãos livres do mal

Caminhos desligados

Desta pura maldição,

 

52

Terra sem sal

Água que lavou

Calor enfumaçado

Brasa molhada,

53

Vai gritando

Gente que corre

Vejo as luzes

Brilhando a escuridão,

 

54

Chorou o que sobrou

Na brasa apagada

Ainda o calor na cinza

Na Jornada,

 

55

Procure encontrar

Um caminho pra seguir

Mesmo que seja curto

Mas será o seu,

 

56

Verde sumo do sangue

De uma guerra vencida

Na pobreza de alguém

Que viveu,

 

57

Sou puro

Considerado ao vinho

Resto de um suco

Extraído do poder,

 

58

Se eu pudesse ir

Seguir caminho ao léu

Nas barras do tempo

O vento solto que sopra,

 

59

Corra criança nua

Pros braço da inocência

Distancio-me da ciência

Que vergonha,

 

60

Vivendo neste drama

Sem poder acordar

Sem olhos para chorar

Na saudade,

 

61

Sinal vermelho

Abra no tempo marcado

Pára o que tiver

Se tiver tempo para parar,

 

62

Morro de pena

Por não poder avisar

Aos surdos

Sem ouvir a Deus,

 

63

Aos mudos

Que não podem falar

Que talvez sentem dor

Na agonia a chorar,

64

Aos cegos

Que não podem ver

As muitas maravilhas

Do Senhor,

 

65

Às vezes quero correr

Estrada afora a seguir

Despedindo-me de alguém

Que pudesse me ouvir,

 

66

Graças eu quero dar

Ao Senhor Eterno

Por ter mostrado a mim

Os céus,

 

67

Quanto vasto é seu leque

Perdido na imensidão

Quão pequeno me sinto

No labirinto,

 

68

Nuvens são roladas

Em fronteiras imaginárias

Causando um enorme vazio

No meu coração,

 

69

Que solidão

Nuvem pequena

Barra de ferro frio

No desafio,

 

70

Se eu estivesse morto

Os vermes me devorando

Meu corpo apodrecendo

Num cheiro desconfortável,

 

71

Respirando meu perfume

Indesejado da vida

Triste sinto vontade

Que loucura,

 

72

Querendo me arrumar

Para a próxima festa

No momento de alegria

Desconforto do prazer,

 

73

Que vergonha

Com esta cara horrível

Quase no esqueleto

Meu sorriso sem lábios,

 

74

O meu espírito a chorar

De dor por não poder

De a curta vida participar

Gozando de regalias,

 

75

Não dei valor ao que tive

Não guardei o quinhão

Não respeitei o meu tempo

Que de graça recebi,

 

76

Não vou me esquecer

De tudo que me foi dado

Ainda vejo jogado

No canto do meu destino,

 

77

Idiota como me sinto agora

Sem olhos para chorar

Sem coração para amar

No vento solto assopra,

 

78

Víbora que fui

No tempo que eu vive

Nas estradas que passei

Deixando só desespero,

 

79

Comida de cão vadio

Sem a fome saciar

Sem lágrimas para chorar

Nos olhos da covardia,

 

80

Vento forte que passou

Nos olhos da ambição

Pedaço de carne ardida

De luxuria e maldição,

 

81

E quantos eu fiz chorar

Sem ao menos me desculpar

Mesmo com medo eu via

Boca a murmurar,

 

82

E levantando poeira

Por onde o ódio seguia

Árvores murchando

Onde eu passava,

 

83

Vi muitos rios secarem

Talvez por ódio de mim

Ou castigo de Deus

Pela minha ilusão,

 

84

Carne ardida

Na tábua de um fogão

Tendas de malfeitores

Nos despachos do mal,

85

Encruzilhadas existentes

De encontros assombrosos

De crenças idiotas

Por mentes de orgulhosos,

 

86

Procura incansada

Na mais completa ilusão

Pois só Deus é o poder

Em tudo que tem na terra,

 

87

Fenda perdida

No contexto indecifrado

Lacuna sem resposta

De um pequeno tratado,

 

88

Vou correr

Quero encontrar num lugar

Seja lá onde for

Ali quero deitar,

 

89

Talvez queira ir comigo

Assistir esse desfecho

Se morre de curiosidade

Ou vive o seu preconceito,

 

90

E quando lá chegarmos

Poderemos banquetear

Juntaremos-nos a alegria

Pois ali encontraremos,

 

91

Sei que está pensativo

Sabe que eu não sei

Sente que eu só sei

O que você pensa que sabe,

 

92

Desculpe se me engano

Do nosso papo furado

Pois nesse vai e vem

Sem um sentido legal,

 

93

No entanto desprezo

Certa convivência

Pois nunca convivemos

Mas tenho pena de ti,

 

94

Está sorrindo de mim

Chamando-me de louco

Estou fugindo da morte

Em busca de um viver,

95

Nem sei pra quê

Estou lutando para viver

Uma vida de poder

Até mesmo sem poder,

 

96

Porém quero poder

Continuar a olhar

Ver gente alegre a chorar

Ou morrer de satisfação,

 

97

Vamos dormir

Quem sabe no sono vem

Um sonho de alegria

Ou de glória talvez,

 

98

E se no sonho te encontrar

Gostaria de pedir

Para não sorrir de mim

Se lá no sonho for ruim,

 

99

Contudo não me acorde

Deixe-me viver

Deixe o sonho acontecer

Até que chega o talvez,

 

100

E assim poderei

Ver de perto o sofrimento

Dos  menos contentes

Que não são sorridentes,

 

101

Aqueles  que não recebem

A pensão do maioral

Do cofre da maldição

De um povo infernal,

 

102

Terra de cão

Onde latem sem parar

Até mesmo sem ferir

Por cima da cicatriz,

 

103

Água suja que bebem

Presas em rótulos brilhantes

Nos vídeos da fama

Na marca do dominante,

 

104

Túmulos que multiplicam

No cemitério do mal

Herança de uma raça

Que veio pra desgraça,

 

105

Sou desgraçado

Pois vivo a confirmar

A cada dia que passo

De mãos atadas,

 

106

Sem nada em meus punhos

Parece ser invisível

O laço que laca o boi

No lamaçal do curral,

 

107

Cara de cavalo

Macaco tolo que grita

Primata civilizado

Cheio de ilusão,

 

108

Quando vir lutar

Matar os abomináveis

Que estão escravizando

A cada dia,

 

109

Que campanha

Que portão de ferro duro

Que cadeado maldito

Que nunca rompe,

 

110

Vai longe idiota

Suba no monte distante

Atira no barril de pólvora

Assista a explosão,

111

Faça alguma coisa

Enquanto é tempo

Deixa de ser covarde

Seja homem,

 

112

Se ser homem resolvesse

Assim o mundo seria

Cheio de solução

Para tudo,

 

113

No entanto fico pensando

Na decisão

Onde está a razão

Cadê o pão,

 

114

Pão da vida

Dito pelo Senhor

Pois ninguém respeitou

A intenção,

 

115

Cada um quer ser maior

Pisando no companheiro

Rolando no seu beiral

Até a morte,

 

116

Eu não farei

Fugirei até o fim

Defenderei o meu ser

Só para ver,

 

117

Ver o final

Dos perdidos

Dos tolos

Dos bandidos,

 

118

Dos que nunca lutaram

Para defender o quinhão

Dos hipócritas

Do ladrão,

 

119

Dos simples a esperam

De boca aberta o fim

Dos que acham o tempo

Seu maior advogado,

 

120

Dos que esperaram o amigo

Na esquina do desejo

Dos que esperam o beijo

Da prostituta vadia,

 

121

Dos que acreditam no padre

Dos malditos senhores

Dos que lêem a sorte

Dos que prometem,

 

122

Dos que ficam a olhar

Para lá e para cá

Dos que vão sem voltar

Dos que choram,

 

123

Dos que pedem perdão

Dos que cantam canção

Dos que lamentam

Dos puros de coração,

 

124

Dos enamorados

Dos que andam no lado

Do lado de ninguém

Do mesmo jeito,

 

125

Dos mal feitos

Junto dos malfeitores

Dos salteadores

Dos que roubam o irmão,

 

126

Dos que negam o pão

Dos que não dão a mão

Dos sovinas

Dos loucos de desejo,

127

Dos que nem vão falar

Dos que falam de mim

Dos que procuram o fim

Mesmo sem encontrar,

 

128

Dos que choram

Lágrimas enganadoras

Nos olhos de serpentes

Sempre abertos,

 

129

Falam que são espertos

São do pleito escolhidos

Ou indicados

São da mesma plumagem,

 

130

Que voam pelo mundo

Com a falsa competência

E falam a mesma língua

Na mais pura consciência,

 

131

Não sei o que faço

Quero sair do fracasso

Quero rasgar o casco

No meu pequeno espaço,

 

132

Jogo fora

Atiro para o alto

Todo o meu conhecimento

Liberto o meu tormento,

 

133

Fico só

No alpendre do tempo

Queimando-me no fogo

Do mundo novo,

 

134

Vejo o sol ardente

Preparando a terra

Que nela termina

A minha curta sina,

 

135

Cada quente grão

Da areia

Pão do verme

Que nela habita,

 

136

Ouço o meu grito

Nas profundezas

Mergulhado na dureza

De um frio coração,

 

137

Vejo o chão

Ainda coberto de vida

Quase na despedida

Não vejo saída,

138

O que faço

Devo me esconder

Na terra ou no meu ser

Mesmo sem saber,

 

139

Qual é cara

Lave a cara

Enquanto no for cara

A água rara,

 

140

Misture com alegria

No rolo da pedra fria

A água rara do dia

Que a vida cara lhe confia,

 

141

Ande logo

Antes de o fogo chegar

E o seu rio secar

Não adianta gritar,

 

142

Ninguém vai escutar

O seu pobre lamento

Sem lama não vê o tempo

Marcando o que tu viveste,

 

143

Sem alegria

Chega o sofrer

Companheiro inseparável

De quem sofre sem morrer,

 

144

Contudo não peça a morte

Hoje não teve sorte

Ela viajou depois do grito

Na caverna do terror,

 

145

Quem correu ganhou

Pois não encontrou

Com a despesa

Para pagar,

 

146

Quanta alegria

Se quiser fugir

Agora é tarde

Nada tem a ver,

 

147

Quer entender

O que estou falando

Fale consigo mesmo

Pois nunca pensou,

 

148

Pois vem do pensamento

Junto à decisão

De ser quem é ou foi

Se puder,

 

149

Eu nunca serei

O que está imaginando

Pode ficar

Se borrando,

 

150

Não sou vadio

Nem tampouco vaidoso

Não careta

Seu besta,

 

151

Quer guardar segredo

Abra o seu colchão

Rasga o travesseiro

Procure onde puder,

 

152

Peça desculpa a todos

Saia antes da hora

Corra antes do grito

Descubra o seu intento,

 

153

Se todos somos iguais

Pra quê então lutar

Durma o sono eterno

Não precisa acordar,

 

154

Acontece que acontecer

Você já está ciente

Se for sofrer que sofra

Não tem que escolher,

 

155

É um rico

Que recebeu a herança

Do lençol da vingança

De um passado desgraçado,

 

156

Onde na margem da fome

Fazia que não ouvisse

Os gritos de agonia

Dos caídos ao seu lado,

 

157

Pisando duro no tempo

Correndo pra defender

Mesmo antes de morrer

Estava pronto o seu fim,

 

158

Agora hipócrita

Como vai se desviar

Dos ferozes vermes

Que estão a te esperar,

 

159

Não vai sentir dor

Se entregar as chamas

Como lá no inferno

Estará a tua alma,

 

160

Se é que tem

No entanto não acredito

Sinto no seu grito

Que nem isso tem,

 

161

Porém se estou enganado

Gostaria de pedir

Não pense mal de mim

Nunca irá me conhecer,

 

162

Estou escrevendo

Posso lhe desafiar

Quero ver você fazer

Como sempre fez,

 

163

Faça seu otário

Entre dentro da história

Mude a trajetória

Faça você bonzinho,

 

164

Será que conseguirá

Com o seu dinheiro imundo

Consulte o seu poder

Com seu cheque sem fundo,

 

165

Vamos seu babaca

Rasga o exemplar

Mande queimar a todos

Tente me encontrar,

 

166

Ligue para o corrupto

Dê o seu traseiro a ele

Satisfaça sua farsa

De coisa abominável,

 

167

Mostre o seu distintivo

Com a marca do poder

Que feita no tempo

Por bichas nojentas,

 

168

Saia do seu gabinete

Com cheiro de espermas

Ande por aí

Junto a sua corja,

 

169

Vamos cabra safado

Apanhe as suas armas

Lute contra mim

Neste mundo cibernético,

170

Escute o meu sorriso

No abismo virtual

Leve consigo o exemplo

De uma luta sem fim,

 

171

Está chorando

Nem sabe onde estou

Talvez perto de ti

A te olhar,

 

172

Meus olhos pretos

Atrás das grandes lentes

Vendo no mapa

Os seus passos,

 

173

Pois no próximo

Que traçar o caminho

Que foi ou que irá

Na ganância,

 

174

Fome que não morre

Sangue que jorra

Escada repleta de ódio

Palácio de desgraçados,

 

175

Lá bem distante do éden

Onde estará esse Adão

Que talvez sem perdão

Expulso do paraíso,

 

176

Para onde foi Caim

Depois de tudo feito

Da maldição importa

Sem jeito,

 

177

E tu Noé

Não ficou arrependido

De ter colocado

Tanta merda na arca,

 

178

E você Sem

O que tem a dizer

Se estivesse a viver

Depois do lamaçal, 

 

179

Fala Jafé

Não guarde só para ti

Muitos gostariam

Agora de te ouvir,

 

180

É sua vez Cão

Sei que não pode dizer

Quem dirá por ti

Quem pode ser,

181

Você Abraão

Sei que sofreu

Andou, andou, andou

Assim como alguém,

 

182

Pobre Isaque

Judeu perdido

Um samaritano

Ou me engano,

 

183

Diz lá Jacó

Foi boa a traição

Como foi a barganha

Ganhando do seu irmão,

 

184

Eu vou me calar

Depois posso continuar

Vamos competir

Na eterna barganha,

 

185

Vamos enganar cada um

Fugindo da morte eterna

Da cisterna profunda

Na seca terra,

 

186

Da água distante

Do pau seco do campo

Do sujo manto

Empoeirado,

 

187

Lute como Davi

Destrua o seu gigante

Conquiste o seu poder

Misturando nas amantes,

 

188

Durma quando chegar

O cansaço eterno

Se entregue sem receio

Ao seu momento,

 

189

Da coisa que não domina

Não conhece o poder

Só você

É que deve lutar,

 

190

Para assim encontrar

Se assim desejar

Pode agora achar

A salvação,

 

191

Ela ainda é de graça

Não custa nada

Não precisa de poder

Não pode um poder assim,

192

Ela é toda sua

Basta só aceitar

Alguém que veio ao mundo

Deu a vida pra te salvar,

 

193

Se quiser é toda sua

Pegue, pois é de graça

Não zombe

Não seja louco,

 

194

Não se faça de otário

Sabe o que eu falo

Seja breve

Peça agora o perdão,

 

195

Encontre a solução

Declare de corpo e alma

Tenha calma

Ele te espera,

 

196

Vai

Chega devagarzinho

Escolha o seu caminho

Não precisa comprar,

 

197

Ali um pedaço de chão

Pois já está pronta

A linda morada

Para todos que aceitarem,

 

198

Como seu salvador

O salvador da tua alma

Da tua vida

O Senhor Jesus Cristo,

 

199

Fuja da morte

Enquanto é tempo

Voa no vento

Como ser,

 

200

Agora é novo

Tudo diferente

Com Jesus está feliz

Na cidade eterna,

 

201

Nova Jerusalém

Cidade celestial

Ali você vai estar

Bem distante do mal,

 

202

Agora pode

Regozijar no senhor

Pois o aceitou

De todo seu coração,

203

Não é ilusão

Nem precisa gritar

Se quiser pode cantar

Pode louvar,

 

204

Tudo agora e eterno

Sem nada mais

Sem mais

Do mais,

 

205

Pois o a do amor

Venceu

Você ganhou

Por aceitar,

 

206

O b do bem

Chegou também

Para mostrar

A você,

 

207

O c do Cristo

O nosso salvador

Que junto estar

Daqueles que o aceitou,

 

208

Junto com o d de Deus

Junto a Deus

Pai o todo

Infinitamente poderoso,

 

209

Encontre lá o e

Presente naturalmente

Com o Senhor

Na Eternidade,

 

210

Bem longe do f

Do fim

Que não terá

Lá,

 

FIM

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